Em suma, é isso! – disse a Conclusão, que resolveu não ficar por último dessa vez.
A Introdução se irritou pouco, mas logo se acalmou, convencida de que o que todos querem mesmo é a Conclusão, que, pensou ela, deve ser a mais charmosa e convincente, já que a maioria parte sem nem se despedir, ansiosos para encontrar logo com essa tal Conclusão – a irritação, que é momentânea, passara mas restava ainda um pouco de mágoa nesse desdém.
O Desenvolvimento, por sua vez, ficou irado, afinal, considera-se o mais importante de todos. Por quê – perguntou ele, já um tanto inchado pelo próprio ego, que quase transcende a própria forma. Ah! É simples: porque, em primeiro lugar, sou “ELE” – continuou, prepotente, demonstrando seu machismo. Em segundo, porque todos passam mais tempo comigo do que com os outros! A introdução só serve para chegar até mim, “o que interessa”, ou, melhor, serve para que se concentrem, pois com isso estarão livres das distrações do mundo exterior, o qual não sei para que serve, afinal, para quê o resto, se existe EU? – disse, impassível.
Já com a conclusão o papo é outro. Por mais que tente se sobrepor, no fim das contas ela é irrelevante, pois como todos sabem, o que importa sou eu, o desenvolvimento! – respirou fundo, olhou ao redor, certificou-se de que estavam todos depositando nele toda a atenção, que já era quase palpável a essas alturas, e continuou: ela, a Conclusão, pensa que é mais importante. Coitada, não entende que só está ali para que eu, “o cara”, não fique naquela periferia inferior, infestada de prolixidade de toda sorte – disse, admirando seu belo traje literal.
Por fim, a Conclusão que fique lá no início, junto com a Introdução, elas se merecem, por estarem na mesma casta. Sei que sou tão importante que sem mim elas não sobreviveriam e ninguém entenderia nada! – arrematou o Desenvolvimento, que mesmo sem a Introdução e a Conclusão, deu o assunto por encerrado.
Um comentário:
Caro Marco,
Amei a sua visita e o seu blog!
Um abraço muito amigo da Daniela
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