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28.12.07

O Restaurante

Após terminado o lanche, o cliente faz um sinal ao garçom para que este traga a conta, ao que é prontamente atendido:
- pois não, senhor?
- a conta, por favor.
- aguarde um instante. Obrigado.
O cliente, em um movimento com a cabeça, concorda com o garçom e aguarda o retorno deste com a conta.
- foi um “x” salada, uma porção de fritas, uma coca-cola 600...
- isso...
- mais nove mudas de árvore para reflorestamento – acrescenta o garçom, calmamente.
- o quê!? – prontamente retruca o cliente, um tanto intrigado e atônito.
- é que estamos levando em consideração somente a quantidade de guardanapos que o senhor utilizou.
- como? – ainda sem entender.
- o senhor gostaria de incluir também a garrafa plástica do refrigerante e demais derivados de petróleo utilizados, como os saches de catch up e maionese?
- não!... mas... o que é isso, afinal?
- oh, claro! O senhor nunca havia freqüentado este estabelecimento, obviamente. Deixe-me explicar.
- certo...
- nosso restaurante, para contribuir com toda a humanidade, ao constatarmos quanto papel – ou plásticos, quando o cliente assim quiser – consumiu durante o lanche ou refeição, calculamos quantas árvores foram necessárias para fabricar os guardanapos consumidos, por exemplo.
Então, feito o cálculo – continua o garçom – incluímos na conta o número de mudas correspondente para plantarmos em uma área de reflorestamento de propriedade do restaurante.
- hmm!
- no caso do senhor, o consumo de guardanapos foi correspondente a nove árvores.
- mas isso é um absurdo! Vocês deveriam...
- absurda é a quantidade de papel que o senhor utilizou...
- não, mas...
- senhor, ou o senhor paga as mudas ou arca com as conseqüências desse consumo desenfreado.
- mas...
- enquanto o senhor decide, vou atender outros clientes, mais conscientes dos danos causados à natureza com a utilização de papel e plásticos.
- OK!, eu pago as mudas, se é para o bem de todos, inclusive meu, mas com a condição de conhecer a área de reflorestamento.
- certamente, senhor. Levaremos o senhor até ela, com todo prazer.
O cliente então pagou a conta, agendou uma visita à área reflorestada, e foi embora, com a barriga cheia e a consciência tranqüila.
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Por Marco Vicente Dotto Köhler

17.12.07

Espírito Natalino...

O espírito natalino é algo realmente sem explicação... Então, desejo a todos os trocentos bilhões de leitores deste inimaginável blog, um feliz natal e um ano novo no rumo certo...

E, já que estarei viajando no fim-de-ano, novos posts só no ano novo (ou seria novo ano?)

poesiazinha....

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Vácuo

Se os dias que tanto esperei
Passaram e nem vi.
Se as expectativas que tinha
Não mais existem.
O que fazer?

Você já sentiu um vazio assim?

Como se estivesse em frente
A uma parede branca
De um quarto frio e vazio
Olhando pela janela
E só enxergando a névoa,
Densa e chuvosa.

Você já se sentiu assim?

Como se fosse oco
Da cabeça aos pés.
Como um caderno em branco.
Como ter um balão estourado e murcho
Em uma festa de aniversário.

Você já sentiu um vazio assim?
____
Por Marco Vicente Dotto Köhler...

11.12.07

Em um dia qualquer

Não te peço para entender
nada do meu jeito.
Nem para ver nada como eu vejo.

Não quero que chore
pelo que se passa,
nem que sorria pelo que está por vir.

Peço eu esteja comigo
em um dia frio.
Que deixe eu estar contigo
em um dia qualquer.
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Por Marco Vicente Dotto Köhler - 2005