O mal do século não é a solidão, como diz a canção, nem a depressão ou estresse, como já foi teorizado e estudado por especialistas...
O mal do século é, na verdade, a falta memória.
A falta de memória, causada pela sua diminuição por motivos variados, ou pelo fato de ser da natureza de certas pessoas não terem boa capacidade de memorização, ou seja lá por quê, é a causa de muitos outros males e por isso é o mal do século.
As pessoas não ficam sozinhas, sentindo-se solitárias, por ser isso um mal em si. Não mesmo. O que ocorre é que elas se esquecem de irem fazer visitas a amigos, de fazer um telefonema e matar a saudade... Enfim, esquecem-se de cultivar as amizades, e, quando vêem, estão sentindo-se solitárias e dizer ser esse o mal do século. Só não se deram conta de que o que causou a solidão é que é o mal do século: a falta de memória.
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O estresse também é causado pela falta de memória. Já percebeu como as pessoas estão cada vez mais dependentes de secretárias, secretárias eletrônicas, agendas, bipes, etc... Pois caso contrário podem perder o emprego, esquecer a data de aniversário do irmão, do filho ou de casamento... e isso estressa muito. Mas não é o estresse o mal do século, e sim a falta de memória, que é a responsável pelo estresse.
A depressão, que comumente é causada pela solidão e/ou estresse, também é tida como mal do século por alguns. Mas o que não se percebe é que a depressão é uma conseqüência indireta da falta de memória, sendo, portanto, esta e não aquela o mal do século.
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Pensei até em abrir uma fábrica de agendas, mas já desisti da idéia, afinal as pessoas se esquecem de marcar na agenda os seus compromissos e, quando lembram, esquecem-se de olhar nela, o que torna a agenda inútil frente ao verdadeiro - e terrível - mal do século: a falta de memória.
Um comentário:
Marcão, concordo plenamente contigo. Complicamos demais nossas vidas, agora nem vida mais nós temos. Os dias passam muito depressa, dizem que é deus que está com pressa, mas eu não acredito! Tudo voa, eu não sei mais nada, às vezes penso que sou só um boneco, ou o que é a mesma coisa, um inerte. Gostaria de ter mais amigos, não mais em quantidade, mais poucos e com qualidade. Ás vezes penso que poderíamos ser mais amigos também, afinal temos muito em comum. Será que é a vida que não permite? Que vida?
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