Lembro quando, na aurora (não o frigorífico) dos tempos de minha vida tinha de receio de ter cabelo no saco e embaixo dos braços, por temer morrer de calor.
Lembro de quando não entendia por quê a nota vermelha era sempre preta, e, de vermelho, nada tinha.
Lembro de quando o cheque furado estava inteiro, o borrachudo não esticava e o voador não voava. Que decepção.
Lembro de quando a conta do banco estourava, mas quando lá chegava, estava tudo inteiro, sem fumaça nem destroços... Oh! Mistérios!
Lembro da rua sem fim, que para mim era a única que terminava.
Lembro de quando eu era o Romário, o Bebeto, Dunga ou Taffarel, jogando bola descalço num campo de terra.
Lembro de quando dormia; de quando acordava; de quando o dia era longo, de quando o natal nunca chegava... Ah! Entenda-se Einstein!
Lembro de quando rezava à noite deitado na cama, e Deus só me ouviria se eu estivesse com os olhos pro teto, pois se estivesse de bruços, quem me ouviria seria o diabo... Quanto formalismo!
Lembro de quando não gostava de dormir com as meias nos pés pois lembrava de uma música em que o cantor iria dormir de meias pra virar burguês. Lembro que nunca entendi isso direito.
Lembro de quando queria ser mais velho para largar a bicicleta, dirigir carro e ir para as festas. Agora só queria economizar gasolina, imposto e seguro, subir na bicicleta e pedalar o dia todo, sem ter hora para sair nem para chegar!
Lembro de quando, para mim, não havia economia nem inflação, só tinha mickey, pateta e bicicleta, bola e na televisão não tinha edição nacional nem linha direta.
Lembro do que eu lembrava que não queria esquecer, e já não sei mais o que é.
Lembro do que quero lembrar do que lembro do ontem que agora é mais ontem, do amanhã que será hoje, será passado. Ou nunca será.
Lembro de quando não entendia por quê a nota vermelha era sempre preta, e, de vermelho, nada tinha.
Lembro de quando o cheque furado estava inteiro, o borrachudo não esticava e o voador não voava. Que decepção.
Lembro de quando a conta do banco estourava, mas quando lá chegava, estava tudo inteiro, sem fumaça nem destroços... Oh! Mistérios!
Lembro da rua sem fim, que para mim era a única que terminava.
Lembro de quando eu era o Romário, o Bebeto, Dunga ou Taffarel, jogando bola descalço num campo de terra.
Lembro de quando dormia; de quando acordava; de quando o dia era longo, de quando o natal nunca chegava... Ah! Entenda-se Einstein!
Lembro de quando rezava à noite deitado na cama, e Deus só me ouviria se eu estivesse com os olhos pro teto, pois se estivesse de bruços, quem me ouviria seria o diabo... Quanto formalismo!
Lembro de quando não gostava de dormir com as meias nos pés pois lembrava de uma música em que o cantor iria dormir de meias pra virar burguês. Lembro que nunca entendi isso direito.
Lembro de quando queria ser mais velho para largar a bicicleta, dirigir carro e ir para as festas. Agora só queria economizar gasolina, imposto e seguro, subir na bicicleta e pedalar o dia todo, sem ter hora para sair nem para chegar!
Lembro de quando, para mim, não havia economia nem inflação, só tinha mickey, pateta e bicicleta, bola e na televisão não tinha edição nacional nem linha direta.
Lembro do que eu lembrava que não queria esquecer, e já não sei mais o que é.
Lembro do que quero lembrar do que lembro do ontem que agora é mais ontem, do amanhã que será hoje, será passado. Ou nunca será.
3 comentários:
Bah, que texto massa caboclo!!! pior que eu tbm lembro de tudo isso, tbm, vivemos tudo isso juntos!!! e era bom pra caraio!!!
onde é que eu consigo uma bicicleta?
sinceramente???
eu me surpreendo a cada dia que passa com os teus escritos Marco, é um tanto simples e um tanto complexo, mas porém super interessante, nada a ver com a revista... mas vale a pena ler.
Isso se torna motivação para as pessoas aprenderem a escrever, no meu caso, eu ainda nao consegui escrever mais que uma pagina do meu trabalho de Sociologia. haihaiahaihiaiahia
O Marcolino Martins Cabral... tu ta escrevendo pra caralho ein, pode falar palavrão aqui???? falei agora... se bem que caralho é um palavra e palavrão seria paralelepipido neh, ou inconstitucionalidade, sei la.
Abraço Marco
obs: Lembro claramente o que conversamos logo após um porre no pintado, não lembro data nem nada, mas lembro do conteudo.
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