Um rapaz muito inteligente, porém muito introvertido, começou a observar melhor o mundo, tanto o que via pela televisão e lia nos livros, jornais e revistas, quanto o mundo que o cercava: pessoas na rua, em suas casas, no que era observável da rua ou em visitas a amigos e a parentes, colegas de trabalho, as pessoas nos mercados e em outros estabelecimentos.
Enquanto observava tais situações e pessoas, prestava atenção ao que se passava consigo e a relação entre ambos: em que situações ficava nervoso, calmo, aparentemente calmo; quando seu coração disparava e quando quase parava; o que o fazia suar ou sentir calafrios; e quando podia ser ele mesmo, sem disfarces, ficar à vontade, sem se policiar.
Ao ficar mais perspicaz em tal “tarefa”, se deu conta de um sinal, ou sintoma que indicava com quais pessoas ele podia ou não ser ele mesmo, sem máscaras, sem “photoshop”: peidar, liberar os gases resultantes da digestão, algo que todos fazemos, mas, mesmo assim, provoca constrangimentos, era, para ele algo que não provocava tal constrangimento.
Pois bem. Após essa explanação / familiarização com a palavra, vamos ao cerne da questão: o sinal, sintoma que revela em quais situações ou com quais pessoas ele se permitia ser ele mesmo, era o “peidar”, mas não somente peidar. Não! É mais complexo. É um conjunto formado por “peidar”, somado a “não constrangimento” e a “não se desculpar”, em suma, sem “peso” na consciência.
Após tal descoberta, passou a peidar na presença de seus pais, da sua namorada, dos sogros, dos colegas de trabalho e amigos.
Peidava e sentia-se feliz por estar na presença de pessoas tão amadas que ele se permitia tal ato, constrangedor na visão preconceituosa da sociedade.
Peidava e sorria. Não um sorriso sacana, de quem peida e se satisfaz ao fazer outros se irritarem, ah não! Sorria um sorriso singelo, quase de ternura, e, em muitas ocasiões, após consumar tal ato “libertador”, dizia: “FUI EU!” e completava: “e o fiz porque amo vocês!”, ou então: “fui eu, e o fiz por sentir-me tão bem aqui!”. Esses são apenas dois dos muitos comentários dessa natureza.
Enquanto ele fazia seus comentários, satisfeito, algumas pessoas, ou por não o compreenderem, ou por não estarem acostumadas àquilo, reclamavam. E ele, sempre sorridente e calmo, replicava: “por que você está tão irritada?” “é tão simples!”. Mas de nada adiantava.
Um certo dia entrou em uma sala, fechou a porta atrás de si, e peidou. Mas peidou, “glamourosmente”, um peido magistral, não muito estrondoso, não muito demorado, um tanto cadenciado, pode-se dizer. Enfim, uma verdadeira obra de arte, uma declaração de carinho – claro que essa é a visão dele.
Enquanto observava tais situações e pessoas, prestava atenção ao que se passava consigo e a relação entre ambos: em que situações ficava nervoso, calmo, aparentemente calmo; quando seu coração disparava e quando quase parava; o que o fazia suar ou sentir calafrios; e quando podia ser ele mesmo, sem disfarces, ficar à vontade, sem se policiar.
Ao ficar mais perspicaz em tal “tarefa”, se deu conta de um sinal, ou sintoma que indicava com quais pessoas ele podia ou não ser ele mesmo, sem máscaras, sem “photoshop”: peidar, liberar os gases resultantes da digestão, algo que todos fazemos, mas, mesmo assim, provoca constrangimentos, era, para ele algo que não provocava tal constrangimento.
Pois bem. Após essa explanação / familiarização com a palavra, vamos ao cerne da questão: o sinal, sintoma que revela em quais situações ou com quais pessoas ele se permitia ser ele mesmo, era o “peidar”, mas não somente peidar. Não! É mais complexo. É um conjunto formado por “peidar”, somado a “não constrangimento” e a “não se desculpar”, em suma, sem “peso” na consciência.
Após tal descoberta, passou a peidar na presença de seus pais, da sua namorada, dos sogros, dos colegas de trabalho e amigos.
Peidava e sentia-se feliz por estar na presença de pessoas tão amadas que ele se permitia tal ato, constrangedor na visão preconceituosa da sociedade.
Peidava e sorria. Não um sorriso sacana, de quem peida e se satisfaz ao fazer outros se irritarem, ah não! Sorria um sorriso singelo, quase de ternura, e, em muitas ocasiões, após consumar tal ato “libertador”, dizia: “FUI EU!” e completava: “e o fiz porque amo vocês!”, ou então: “fui eu, e o fiz por sentir-me tão bem aqui!”. Esses são apenas dois dos muitos comentários dessa natureza.
Enquanto ele fazia seus comentários, satisfeito, algumas pessoas, ou por não o compreenderem, ou por não estarem acostumadas àquilo, reclamavam. E ele, sempre sorridente e calmo, replicava: “por que você está tão irritada?” “é tão simples!”. Mas de nada adiantava.
Um certo dia entrou em uma sala, fechou a porta atrás de si, e peidou. Mas peidou, “glamourosmente”, um peido magistral, não muito estrondoso, não muito demorado, um tanto cadenciado, pode-se dizer. Enfim, uma verdadeira obra de arte, uma declaração de carinho – claro que essa é a visão dele.
Ao finalizar sua obra, olhou para frente, confiante, sorrindo aquele sorriso, típico dessas ocasiões especiais, e, com um brilho sereno e denso no olhar e de braços abertos, como que virtualmente abraçando seu homenageado, disse: “estou tão feliz, sinto-me tão bem, tão à vontade, que vim até aqui para peidar o melhor peido que já peidei; minha obra-prima. Tudo em homenagem ao senhor, que sempre foi tão justo comigo, sempre reconheceu meus esforços: Sr. Presidente da empresa, muito obrigado pela promoção. Desculpe-me por tal lisonja, não quero parecer puxa-saco, mas o mínimo que eu podia fazer era isso: vir aqui e peidar, pois agora me sinto realmente parte dessa empresa, sinto-me à vontade”.
Ao terminar seu discurso, virou-se, abriu a porta e saiu da sala, seguindo pelo corredor, peidando para cada colega que encontrava, satisfeito.
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Por: Marco Vicente Dotto Köhler – 22 de julho de 2005.
Ao terminar seu discurso, virou-se, abriu a porta e saiu da sala, seguindo pelo corredor, peidando para cada colega que encontrava, satisfeito.
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Por: Marco Vicente Dotto Köhler – 22 de julho de 2005.
3 comentários:
Taí... peidar e não ficar nem aí me parece mais libertador do q andar pelado... ;)
Bjks
Ele é o homem pum. O amor gaseificado. Um rompimento de calças, ou melhor de paradigmas. ; - )))
primeiro, que demorei a entender pq eu havia comentado em um blog e recebi agradecimentos de outro.... ahuuhaa mas tudo bem.. após algum tempo entendi!! ;P
segundo, se peidar na minha presença é uma prova de amor, prefiro que me odeiem em forma de beijos...
bjoos
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