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7.12.10

Rascunho

Passa a limpo!
Vira a página!
Não dá tempo!
A vida acaba...

Papel vazio,
Tinteiro cheio.
Melhor Rascunhar
A não arriscar.

Tinteiro de tempo,
Vida de rascunho.
Borrão de existência.


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Por Marco Vicente Dotto Kohler, 2010

2.8.10

Definitivamente

Ele ria e chorava, sem saber se estava feliz ou triste.
Correu e se atirou pela janela...
Definitivamente, estava triste!







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Por Marco Vicente Dotto Köhler, em...

17.5.10

Não adianta fugir...

Vamos todos ficar senis e
A sanidade será apenas
Um resquício de lembrança
Em nossa memória em pedaços!

Não adianta fugir, não adianta correr
Ela nos alcança e agarra nos calcanhares!
Ela nos derruba e tudo vira passado!
E do passado sobrou o que não foi!

Do futuro se espera o que não pode ser!
Mas não pode continuar assim!
Tudo se transforma, mas nada muda de lugar.
E dos lugares tenho as lembranças, em pedaços!

Não tente fugir, ela já o leva pela mão
E te arrasta para onde quer que seja.




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Por Marco Vicente Dotto Köhler, 2010

5.5.10

Muitas coisas, e nenhuma!

A poção está ao lado
A estrada está do outro.
A decisão, bem no meio.

Linha tênue, como um fio de cabelo
E nós, equilibristas desvairados,
Nos equilibrando em um pé só!


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Por Marco Vicente Dotto Köhler, maio 2010

1.5.10

carma?

Quando criança, lá pelos idos da quinta série do primário, mandei uma música pela rádio da minha cidade para uma colega de aula, por quem era apaixonado desde o jardim de infância (e por quem continuei apaixonado por alguns anos depois da quinta série...).
No dia seguinte, cheguei no colégio muito ansioso, nervoso, imaginando o que ela diria a respeito da música, que era praticamente uma declaração de amor.
Ela não falou nada. Então, na hora do recreio perguntei para ela se ela tinha gostado da música e ela respondeu, simplesmente, que não ouvia rádio. Que coisa! Não sei por que imaginei que com toda certeza ela ouviria. Acontece!
Minha sorte não mudou muito de lá para cá. Claro, com algumas ótimas exceções...
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Por Marco Vicente Dotto Köhler, 2010 (ou seria 1995?)

24.4.10

Vida...

Ainda quero dizer que te amo,
Olhando nos teus olhos,
Para que não penses que digo
Apenas da boca pra fora
E para que veja nos meus olhos
A minha alma, inteiramente nua.

Não consigo desistir de você.
Desisto de desistir!
Esqueço de te esquecer,
E jamais esqueço de lembrar...
E lembrei que nunca antes senti
Nada tão bom quanto o que sinto por você
E sinto, muito, pelo que não sentes por mim.


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Por Marco Vicente Dotto Köhler

22.4.10

Chega!

Chega de chorar
De sol, de mar
De beleza, de dor!

Chega de chegar,
De partir, de esperar,
De sorrir, de chorar.

Chega de poesia,
De rima, de prosa,
De verso e trova.

Chega de fugir,
De chegar, despedir,
De unir e dividir.

Chega de extremos,
De oito ou oitenta,
De vai ou racha.

Chega de tentar
Cantar e rimar
O azar e o amar!



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Por Marco Vicente Dotto Köhler, 2010

Quase

Minha vida é um quase gigantesco,
onde tudo sempre quase dá certo…






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Por Marco Vicente Dotto Köhler, 2010

17.4.10

ciclos...

Ataque! Contra-ataque!
Contra-ataque contra-ataque!
Resposta da resposta da resposta!
Eco do eco do eco!

Ninguém mais sabe como começou!
Ninguém mais lembra onde aconteceu!
Ninguém mais finge que vai acabar bem!



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Por Marco Vicente Dotto Köhler, fevereiro 2010

16.4.10

verdades....

A chuva são gotas suicidas.
E a vida, corações despedaçados!







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Por Marco Vicente Dotto Köhler, abril 2010

5.4.10

Sem Norte...

Não entendo por que você me belisca e foge.
Por que você me chama, depois corre!
Não me deixa partir
E não me permite ficar!

Você me escreve. Respondo. Você desaparece!
Eu me escondo e você me encontra.
Dos desencontros restam a prosa e os versos!
Versos meus que são seus. E não serão nossos.

Não guardo mágoas nem rancor.
Guardo de você lembranças do que poderíamos ter sido.
Não sei mais o que dizer para você.
Talvez que nada mudou, que continuaremos cada um pelo seu caminho,
Carregando os pedaços do que sobrou de nós!

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Por Marco Vicente Dotto Köhler, em 2000 e...

1.4.10

Navajo

Poesia triste bonita.
Poesia vazia.

Poesia é sofrimento.
Poesia é dor.
Talvez também seja amor.

Poesia são lágrimas.
É solidão ao extremo.
É ter os versos e mais ninguém.

Poesia é silêncio.
Poesia é devaneio
Na frieza da escuridão.

Aconchego mórbido
Para o que não mais tem solução.
E sei também, agora,
A poesia conter lobos,
Como avisou o lagarto rei.
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por Marco Vicente Dotto Köhler, em algum dia, em algum lugar...

22.3.10

Diálogos...

- Eu te perdoo.
- Me perdoa?
- É, desde que você também me perdoe.
- Perdoar!? Mas, pelo quê?
- Ah!, é preciso perdoar.
- Marco, você está doido?
- Te perdoo por isso também...
- Ahn... tá, então estamos perdoados?
- É, acho que sim.



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Por Marco Vicente Dotto Köhler, 2010

Namoros

Quero seguir, você quer ficar
Você foi por aqui, eu, por lá.
Quero partir, você não quer aceitar.
O tempo um dia dirá quem terá acertado

Escrevo no escuro, sem poder enxergar
Escrevo no escuro, para poder continuar
Me sento no escuro para poder pensar
Penso na escuridão, para poder me acalmar.

A tempestade interrompe a escuridão no horizonte.
Mais um segundo e a noite reaparece
Para o dia poder amanhecer.

A noite, laranja, imita o dia.
Na sombra o dia namora a noite.

A sujeira namora o brilho da limpeza
E a limpeza espera a sujeira
Para poder se valorizar
O que não faz sentido namora a lógica
Para se fazer entender!

O fogo namora a fumaça
E a fumaça espera o fogo, para poder existir
A noite namora o amanhecer
O alvorecer traz o dia
Que se arrasta para poder anoitecer

Tenho escrito a esmo
Do mesmo jeito que tenho vivido:
Sem saber por onde começar
Nem para onde ir!


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Por Marco Vicente Dotto Köhler, algum dia de 2010

20.3.10

Palavra desconhecida

Não posso ignorar uma palavra. Um olhar, um sorriso, se for o caso, sim. Mas uma palavra, que não sei o que significa, ah! Isso não! Nunca!
Como continuar a frase, o parágrafo, a página? E a seguinte? Tudo vai parecer a palavra desconhecida. É como uma coceira embaixo do pé, não há como ignorar, não há como esperar passar... é preciso coçar, é preciso saber...
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Por Marco Vicente Dotto Kohler, março 2010

9.3.10

Risos e tristeza...

Uma coruja me observa lá fora.
Eu observo o que se passa aqui dentro
E me flagro de novo pensando em você.
A coruja voou, eu queria voar até você.

A chuva varre dos céus nossos sonhos terrenos.
Escrevendo poesias sem rumo, fico ao lado de fora,
Assistindo de um camarote incômodo
Ao que acontece no mundo que gira à minha frente.

Sou viciado em rir, porque sou triste.
E há muito se confunde riso e felicidade.

Sonhador incorrigível, me acostumei
A muros altos e a horizontes inalcançáveis.

uma coruja voa até você,
E a chuva molha um sonhador incorrigível....

Chovem sonhos em tormentas,
Depois se esvaem pelos bueiros

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Por Marco Vicente Dotto Köhler, março de 2010

4.3.10

Dragões e fumaça!

O vento suga a fumaça
Da boca do dragão!
Leva os sonhos, também os pesadelos.
Traz esperança, desespero e desencontros.

Reféns e escravos de nós mesmos,
Não escapamos às circunstâncias.
Corremos, tentamos fugir.

Círculos, elipses...
E voltamos sempre ao mesmo lugar.
Mas já não se sabe
Se é o ponto de partida ou de chegada.

Sempre o mesmo lugar (comum).
Mas nunca é igual.
Não consigo dormir, e não quero acordar.
Insônia sonolenta em que me arrasto.

Estou de partida, não posso ficar.
É hora de ir, não dá para esperar.
O vento sopra, leva sonhos e pesadelos.

Dragões, fumaça, esperança
Desencontros e desencantos...

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por Marco Vicente Dotto Köhler, fevereiro de 2010

27.2.10

Questões...

Será que meus pés continuam a queimar
Naquela fotografia na calçada quente?

Qual será o som do violino
Pintado no quadro?

Em que lugar ecoam
Os sonhos de outrora?

Em que ponto do caminho
Eles irão nos atropelar?
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Por Marco Vicente Dotto Köhler, em fevereiro de 2010