Por Marco Vicente Dotto Köhler, julho 2011
RAZÃO DE SER: Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso, preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece, E as estrelas lá no céu Lembram letras no papel, Quando o poema me anoitece. A aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê? (Paulo Leminski)
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29.7.11
Complicar o simples
Por Marco Vicente Dotto Köhler, julho 2011
27.7.11
Meus Super Poderes
Quando criança, queria acreditar que possuía super poderes.
Isso foi aos oito, dez anos de idade, não tenho certeza. Creio que seja uma fantasia normal da e na infância.
Quais eram os tais super poderes, na verdade, não lembro direito. Traído por minha nada super poderosa memória.
Lembro bem o modo como meus poderes eram recarregados. Sim! Eram tão super power que era necessário recarregar. Só não sei como eu percebia o momento em que havia se esgotado tais forças, como percebia que precisava de recarga.
A fonte de energia dos super poderes era a luz. Pois é! Eram recarregados pelos olhos.
Mas, calma! Nunca precisei encostar a retina em uma lâmpada ou vela. Já era por wireless ou coisa que o valha. Bastavaolhar fixamente, concentrando o pensamento na recarga, e pronto!
O Sol era poderoso. Pouco mais de um segundo, e estava 100%! Provavelmente por nãoaguentar olhar fixamente para o Astro por mais tempo que isso.
O espelho noturno do Sol, nem tanto, era lento na recarga.
Na missa, minha fonte preferida de iluminação não era o evangelho ou a luz que pendia do teto, mas aquela luzinha de simulacro de vela, que ficava ao fundo, atrás do altar. Não sei bem o motivo, mas gostava de recarregar através dela.
Ou, quando havia algum casamento ou coisa assim, os spots de iluminação das filmagens, também poderosos.
Flashes de câmeras fotográficas também serviam, mas era pouco tempo de luz e a recarga era quase nula.
Será que, anos depois, quando em alguns momentos imaginava um raio laser saindo da ponta dos meus pés, com os quais eu supostamente acertava o que estava mirando, era a luz acumulada das recargas saindo?
Sei que é sorte minha meus olhos nunca terem fritado ao Sol, por olhar várias vezes por dia para ele, para recarregar as tais forças.
Ou será que foram meus supostos super poderes que os protegeram?
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Por Marco Vicente Dotto Köhler, julho 2011.
19.7.11
Injustiça no futebol
Não aguento mais ouvir que o resultado do jogo do Brasil e Paraguai foi injusto, tendo como argumento o fato de a seleção canarinho ter jogado melhor, dominado o jogo e não ter vencido, possibilitando a decisão nas penalidades.
Se, por exemplo, um time passa noventa minutos dominando o jogo, pressionando, não deixando o time adversário jogar, e, em uma única falha, leva um gol e sai derrotado, foi injusta a derrota?
Por Marco Vicente Dotto Köhler, 2011
15.7.11
Medo (angústia)
Há tempos quero falar sobre alguns medos que sinto e não sei se são comuns. Sim, tem os medos comuns, como de aranhas e cobras, por exemplo.
Mas o medo do qual quero falar é outro, de outro tipo, de outra origem.
No sentido sartreano, talvez não seja medo, mas angústia.
Essa angústia é a seguinte: sempre que visto uma cueca mais velha, ou uma meiajá detonada, fico torcendo para não morrer nesse dia.
Já imaginaram, na mesa de autópsia, o corpo estendido e as enfermeiras e médico legista olhando aquela figura sem vida, com uma cueca toda ferrada, e uma meia arregaçada (ou até meias de pares diferentes)?
Por outro lado, se for nessa situação, em uma mesa de autópsia, minha angústia é como vergonha alheia, pois já estarei morto, e quem vai sentir vergonha será quem for reconhecer meu corpo no IML.
Pior seria não morrer, mas acordar no hospital, depois de algum procedimento qualquer, apenas com aquela roupa típica de hospital. E a cueca velha, ou as meias com furos na ponta....
Outra angústia que me aflige é estar em uma das situações acima e estar com chulé.
Mas a que mais me atormenta, mesmo, é a cueca. Morrer, por si só, já é algo de espetacular, pois não se sabe o que vem depois - especula-se, e só! - mas morrer com cuecas velhas, ou meias arregaçadas, isso sim é assustador!
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Por Marco Vicente Dotto Köhler - julho 2011