Às vezes, penso que não penso.
Se penso, penso. Pensando estou.
Será? Passou: seria.
Não pesnsei? Penso tanto em não pensar...
que penso não ter pensado.
Não: penso ter não pensado.
Mas, no fim das contas,
apenas penso não pensar.
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Quando criança, passava, por vezes, horas tentando flagrar meu cérebro em um momento de não-pensamento.
Quando pensava que havia conseguido, meus pensamentos me advertiam: "hei! se você pensa que não está pensando, está aí um pensamento: não pensar!"
Se penso, penso. Pensando estou.
Será? Passou: seria.
Não pesnsei? Penso tanto em não pensar...
que penso não ter pensado.
Não: penso ter não pensado.
Mas, no fim das contas,
apenas penso não pensar.
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Quando criança, passava, por vezes, horas tentando flagrar meu cérebro em um momento de não-pensamento.
Quando pensava que havia conseguido, meus pensamentos me advertiam: "hei! se você pensa que não está pensando, está aí um pensamento: não pensar!"
Isso me irritava. Só não sei se irritava mais mais do que nas vezes em que fiquei imóvel, olhando para o horizonte (geralmente com uma montanha e algumas nuvens), na tentativa de ver a Terra girar, ver a rotação da Terra.
Algumas vezes pude jurar ter visto. Mas eram as nuvens que se moviam. Engano puro, esse meu.
Será que eu deveria ter parado de pensar em ver a Terra girar, enquanto a observava? Talvez, assim, tivesse conseguido ver o giro da Terra e também conseguido o não-pensar.
Mas, também, será que teria conseguido - se isso acontecesse - flagrar o exato momento de não-pensamento?
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Por Marco Vicente Dotto Köhler