Pesquise

22.3.10

Diálogos...

- Eu te perdoo.
- Me perdoa?
- É, desde que você também me perdoe.
- Perdoar!? Mas, pelo quê?
- Ah!, é preciso perdoar.
- Marco, você está doido?
- Te perdoo por isso também...
- Ahn... tá, então estamos perdoados?
- É, acho que sim.



____
Por Marco Vicente Dotto Köhler, 2010

Namoros

Quero seguir, você quer ficar
Você foi por aqui, eu, por lá.
Quero partir, você não quer aceitar.
O tempo um dia dirá quem terá acertado

Escrevo no escuro, sem poder enxergar
Escrevo no escuro, para poder continuar
Me sento no escuro para poder pensar
Penso na escuridão, para poder me acalmar.

A tempestade interrompe a escuridão no horizonte.
Mais um segundo e a noite reaparece
Para o dia poder amanhecer.

A noite, laranja, imita o dia.
Na sombra o dia namora a noite.

A sujeira namora o brilho da limpeza
E a limpeza espera a sujeira
Para poder se valorizar
O que não faz sentido namora a lógica
Para se fazer entender!

O fogo namora a fumaça
E a fumaça espera o fogo, para poder existir
A noite namora o amanhecer
O alvorecer traz o dia
Que se arrasta para poder anoitecer

Tenho escrito a esmo
Do mesmo jeito que tenho vivido:
Sem saber por onde começar
Nem para onde ir!


___
Por Marco Vicente Dotto Köhler, algum dia de 2010

20.3.10

Palavra desconhecida

Não posso ignorar uma palavra. Um olhar, um sorriso, se for o caso, sim. Mas uma palavra, que não sei o que significa, ah! Isso não! Nunca!
Como continuar a frase, o parágrafo, a página? E a seguinte? Tudo vai parecer a palavra desconhecida. É como uma coceira embaixo do pé, não há como ignorar, não há como esperar passar... é preciso coçar, é preciso saber...
___
Por Marco Vicente Dotto Kohler, março 2010

9.3.10

Risos e tristeza...

Uma coruja me observa lá fora.
Eu observo o que se passa aqui dentro
E me flagro de novo pensando em você.
A coruja voou, eu queria voar até você.

A chuva varre dos céus nossos sonhos terrenos.
Escrevendo poesias sem rumo, fico ao lado de fora,
Assistindo de um camarote incômodo
Ao que acontece no mundo que gira à minha frente.

Sou viciado em rir, porque sou triste.
E há muito se confunde riso e felicidade.

Sonhador incorrigível, me acostumei
A muros altos e a horizontes inalcançáveis.

uma coruja voa até você,
E a chuva molha um sonhador incorrigível....

Chovem sonhos em tormentas,
Depois se esvaem pelos bueiros

________
Por Marco Vicente Dotto Köhler, março de 2010

4.3.10

Dragões e fumaça!

O vento suga a fumaça
Da boca do dragão!
Leva os sonhos, também os pesadelos.
Traz esperança, desespero e desencontros.

Reféns e escravos de nós mesmos,
Não escapamos às circunstâncias.
Corremos, tentamos fugir.

Círculos, elipses...
E voltamos sempre ao mesmo lugar.
Mas já não se sabe
Se é o ponto de partida ou de chegada.

Sempre o mesmo lugar (comum).
Mas nunca é igual.
Não consigo dormir, e não quero acordar.
Insônia sonolenta em que me arrasto.

Estou de partida, não posso ficar.
É hora de ir, não dá para esperar.
O vento sopra, leva sonhos e pesadelos.

Dragões, fumaça, esperança
Desencontros e desencantos...

________
por Marco Vicente Dotto Köhler, fevereiro de 2010